O universo
Era apenas mais uma missão de exploração de um enigmático pedaço de céu, nobre coragem que em terra firme muito inspira, e partiu confiante na curiosidade que sempre o guia, desbravando o vácuo até outrora intocado.
Algo estranho o distrai e, antes que pudesse sentir falta do medo, se viu vagando pela sensação oriunda do infinito mais literal que existe encarando suas retinas.
Numa fração de piscar de olhos a essência do universo, desde sempre incompreendida, inundou seus sentidos e o tirou para uma dança, cuja coreografia se revelava como se o futuro o ensinasse no presente.
Os extremos da eternidade agora estavam tão claros como a certeza de que nunca os veríamos. Palavras ainda não inventadas não seriam suficientes para representar a beleza do que estava vislumbrando, era como sentir o sabor das cores emanadas pela imensidão do que ainda não sabemos.
Chegara o momento em que a humanidade deixaria de achar novos mistérios de acordo com o que a fraca luz da lanterna da curiosidade iluminasse primeiro, para acender a luz da caverna inteira?
Nossos cérebros deixarão para sempre de vaguear em nossos conhecimentos atrás de uma resposta auto-convincente para explicar tudo aquilo que não sabemos?
Será o fim da falsa sensação de segurança em nosso mundo?
Sentiu-se forte por um momento por poder respeitar a magnitude do que estava encarando, até que percebeu uma pitada de destino quando a caneta que escreve a história da humanidade se acomodou entre os seus dedos.